março 02, 2005

ruído.candy.shop...

Parei em qualquer altar de pouco silêncio. Roçar-se será mesmo das actividades que gostamos? Só talvez quando a estimulação "clic" assim o exige. Vejo perfis escuros, alcoolizados, reflectidos na necessidade holográfica de sentir qualquer coisa, salvo o adormecimento. Se dançamos, não necessitamos de observadores, caso o façamos para alimentar a própria vibração.
Existem, sem dúvida, pormenores "feromonais" no movimento próprio, aceleração cardíaca quase erótica, tão comunicativa. Podem talvez, nem todas as coreografias, caber na taxionomia "sex&hot" da maior parte dos observadores. Mesmo assim.
Há qualquer coisa que alimenta. Vicia, até. Existe um exercício auto-erótico, e a busca alucinada de cada movimento, da velocidade certa, dos gestos redondos, intercalando os bruscos pouco compreensivos.
Entranha-se um sentimento de comunidade extasiada. Será este um ritual da nossa cultura, bastante indiferenciado. E aqueles olhos cruzados prometem de facto, sensações de motel e prazeres descomprometidos. Parece alguma coisa. Porque continuo a insistir que a mim, basta-me a pista ainda virgem, sem comunicações pró-sensuais, e música deslabelizada/comercializada/electrizada mas que entra e comanda. Se comanda.

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