março 29, 2005

quase.obsessões.crash

Fugia um pouco disto.
De me deixar depender, de me depender de alguém. Apercebo-me que sempre fugi, da incerteza trémula, das esperas absurdas, de comunicações que não são de todo necessárias, mas que se pensa merecer.
Como quem dá o dedo, quero o braço, e esse ombro que me “costeia”quando te amo. Quem pede é aquela parte de mim que escondia. Entrego-a numa bandeja envidraçada, numa madrugada que se reinventa suada.
De uma noite que irritantemente cria mais e mais necessidades, e receios da criatividade nos abandonar o desejo. Elaboro sempre demais. Desejo igualmente desconcertadamente. Percebo-me até agora instável, humoristicamente desnivelada, e pretendo mudar. Encontrar uma oscilação terna nunca aborrecida, sempre irónica e desgarrada.
Lambuzar-me sem recusas, mas com esperas protegidas. Faz acontecer o meu riso aberto e infantil, tão travado pela lógica das frontalidades.
Sei-te urgente, e isso apraz-me.
Conheço-me calma agora, passiva quando me envolvo.

março 28, 2005

março 18, 2005

boy.i.want.you.so

Deixas-me assim…
Rebolando numa ausência parisiense, a uma distância que para mim, não existe!
Posso até não ser correspondida nesta minha ânsia tua, mas que importa agora esse pormenor vulgaríssimo.
Essências preenchem-me, ausentando por isso inseguranças.
Sei que me demorei, que esqueci a focagem inicial do teu brilho, limitando-o à secção da (des)fisicalidade. Mas acredita amor, foram inevitáveis aqueles lábios de mosto perscrutados. E não esperados, nem na leve antecipação de uma liberdade ascendente que se beija, num ósculo espontâneo e roubado, tão bem roubado por mim.
Todos os consumos se realizam agora, naturais, e nunca demasiadamente excedidos.
Caso perca o equilíbrio, sei que me ajudarás a entregar-me ao modo passional, que tão mal articulo com a minha implacável racionalidade.
Se te ensino a ponderação, tu rasgas-me os “ses” casados com todos os “mas”, da minha emocionalidade infantil, que agora conheço tão magnânima.
Não sei mais como fugir de ti, daí que a tua ausência me pareça um intervalo de suspiros aéreos, que te recebem sem ansiedades possessivas.
Sabes que não te consigo querer possuindo-te.

março 14, 2005


espremer.intelectos Posted by Hello

caramelo.nirvana/feedback

"Caramelo Saudoso...
E se um dia os suspiros apaixonados forem tão constantes como as batidas do meu coração?
E se um dia não tiver defesas, nem barreiras, porque não preciso?
E se um dia o teu sorriso me derrete e me envolve no seu calor?E se um dia me aconchego no teu doce colo, e é nirvana?" J.A.

Nesse dia, o caramelo intenso retorna. Imortaliza-se, justificando-se para sempre.
Sem pressas nem atrasos, numa cascata ternurenta de cerejas hidratantes.
E por mais que a realidade física seja irrecusavelmente deliciosa, sei que voamos sempre.
Além dos cinco sentidos, prendados de gemidos, acontece este nosso nirvana perfeito. L.D.

março 02, 2005

ruído.candy.shop...

Parei em qualquer altar de pouco silêncio. Roçar-se será mesmo das actividades que gostamos? Só talvez quando a estimulação "clic" assim o exige. Vejo perfis escuros, alcoolizados, reflectidos na necessidade holográfica de sentir qualquer coisa, salvo o adormecimento. Se dançamos, não necessitamos de observadores, caso o façamos para alimentar a própria vibração.
Existem, sem dúvida, pormenores "feromonais" no movimento próprio, aceleração cardíaca quase erótica, tão comunicativa. Podem talvez, nem todas as coreografias, caber na taxionomia "sex&hot" da maior parte dos observadores. Mesmo assim.
Há qualquer coisa que alimenta. Vicia, até. Existe um exercício auto-erótico, e a busca alucinada de cada movimento, da velocidade certa, dos gestos redondos, intercalando os bruscos pouco compreensivos.
Entranha-se um sentimento de comunidade extasiada. Será este um ritual da nossa cultura, bastante indiferenciado. E aqueles olhos cruzados prometem de facto, sensações de motel e prazeres descomprometidos. Parece alguma coisa. Porque continuo a insistir que a mim, basta-me a pista ainda virgem, sem comunicações pró-sensuais, e música deslabelizada/comercializada/electrizada mas que entra e comanda. Se comanda.