setembro 21, 2016

Duas a três páginas por dia...

Será que continuarei a conseguir ler?
Com tantas dificuldades que já tinha para encontrar tempo para este meu hobbie muito desejado. 
Sim, claro que sim. Duas páginas, vá no máximo três páginas por dia. 
Valerá a pena? Será esta a pergunta certa? 
Não seria melhor perguntar-me, mas sentes a progressão, de continuar a ler? Se sim, então é esse o caminho. 

Com esta experiência de não ter tempo mesmo, para nenhum dos meus hábitos pessoais, procurei nos últimos meses identificar todos os desperdiçadores que dantes me roubavam o tempo para a leitura e para a escrita. E sim, o principal, são as redes sociais... Optei por limitar a sua utilização a alguns períodos durante o dia, para controlar este grande desperdiçador de tempo. Também é certo que como não vejo televisão, só tenho acesso às notícias através das redes, mas...
Acrescentam o mesmo que a leitura? Não de todo.

Reduzi claramente o tempo online, e procuro os tempos em que a Lia dorme, e no escuro e conforto do nosso quarto, já com a luz da cabeceira ajustada no mínimo, aí acontecem as minhas duas a três páginas por dia. 

Reconheço que tenho muitos livros para ler, livros que comprei e que se acumulam. Mas esta leitura inacabada conforta-me e deixa-me sempre conectada comigo mesma. 

setembro 16, 2016

Os dias que fogem de nós.

Estes dias são feitos de outro espaço-tempo. Tenho tempo, mas ele teima em fugir. Tanto para fazer, mas ao mesmo tempo parece que o dia corre, e fica quase tudo por fazer. Os meus objetivos de agenda, as tarefas sérias, de adulto, escrevo-as na agenda e sublinho com o marcador fluorescente, para ter a certeza que os prazos são cumpridos. Porque tornou-se fácil, não cumprir uma única tarefa agendada para o dia. Inacreditável, mesmo. E quão tranquila eu fico por adiar para amanhã, ou para a semana, nem me reconheço.

No entanto, é preciso que se note, que existem milhões de pequenas atividades em que invisto o meu tempo agora, e que não existiam antes, pois não tinham objecto, até agora.
São conversas, risadas, carinhos, muda de fralda, mama (muitas vezes ao dia), beijinhos e muito, mesmo muito toque. Iniciam-se rituais que irão durar anos, mas que agora quase toda a atividade é minha. De futuro, partilharei essas atividades, porque irá surgindo devagarinho, debaixo do lençol, da roupa, da cortina do banho, da cadeira, a autonomia.

Quando nos parece que o tempo foge em alturas como esta, podemos concluir que estivemos claramente conectados com as atividades, e se não realizámos grandes feitos, grandes projetos, realizámos o maior de todos.

Nestes dias fomos apenas pais, e estamos exaustos mas muito realizados.