Deixas-me assim…
Rebolando numa ausência parisiense, a uma distância que para mim, não existe!
Posso até não ser correspondida nesta minha ânsia tua, mas que importa agora esse pormenor vulgaríssimo.
Essências preenchem-me, ausentando por isso inseguranças.
Sei que me demorei, que esqueci a focagem inicial do teu brilho, limitando-o à secção da (des)fisicalidade. Mas acredita amor, foram inevitáveis aqueles lábios de mosto perscrutados. E não esperados, nem na leve antecipação de uma liberdade ascendente que se beija, num ósculo espontâneo e roubado, tão bem roubado por mim.
Todos os consumos se realizam agora, naturais, e nunca demasiadamente excedidos.
Caso perca o equilíbrio, sei que me ajudarás a entregar-me ao modo passional, que tão mal articulo com a minha implacável racionalidade.
Se te ensino a ponderação, tu rasgas-me os “ses” casados com todos os “mas”, da minha emocionalidade infantil, que agora conheço tão magnânima.
Não sei mais como fugir de ti, daí que a tua ausência me pareça um intervalo de suspiros aéreos, que te recebem sem ansiedades possessivas.
Sabes que não te consigo querer possuindo-te.
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