setembro 26, 2005

curto.circuito.bateria

Admito.
O meu capitalismo é exarcebado, no que diz respeito ao meu pópó!
Sim, neste aspecto sou mesmo possessiva, reforçando que é o meu carro. Perfeito. Sexy. Veloz quanto baste para umas mãos de fraca arrumadora, dada a uma distraída e instável condução.
Não consigo imaginar-me sem ele. Ainda porque resido numa zona desprovida de qualquer coerência e perspicácia, em matéria de transportes públicos. Vivo no fim-do-mundo. Perto das estradas costeiras de terra batida que cheiram a mar, que criam nostalgia de Moçambique. Apesar de que já não tenho a pick-up que supera todos os safaris sobreaquecidos.
No fim deste fim-de-semana de perda, em que a casa me parecia minúscula e sísmica, e a minha liberdade diminuta. Afinal era só a bateria. Exausta.
Seria bom, se connosco pudesse ser assim tão simples!!

setembro 25, 2005


find.me.a.new.picture. Posted by Picasa

setembro 24, 2005

spoiled.trashcan

Certezas não existem. Injustiças, muitas. Esta, por exemplo. Que jogo sujo, que tão pouco te reconheço nele. Injecções de novelas em demasia dão nisto!
Num descontrolo de egocentrismo convulsivo, orgulho ferido, sem sentido, sem balizas.
Dorme com quem tu quiseres.
Mas comigo nunca mais, nem em sonhos, nem noutra vida. Proíbo-to.
Para além de que dessa forma nunca o fizeste comigo, pois não? Sei que sentiste a diferença. E viverá dentro de ti. Estraguei-te. Amei-te. Engano meu, desculpa.
No percurso de recuperação da nossa amizade, olho-te agora e já nada vislumbro da pessoa que me mostraste. Quais princípios. Amachucaste, desta vez sem remendo.
Pisa. Finda a nossa relação de amizade, com esta expressão impulsiva de um sentimento desesperado para mostrar intimidade.
Intimidade para mim é excepção, perfeição de entrega rara. E a minha auto-estima não precisa que ela aconteça para se mostrar desejável.
Quanto equívoco, quanta falta de bom-senso.

mulungo.feeling

Antes do mata-bicho, decido contar. Organizar experiências que repintaram a estrutura. Sinto os meus pés a arreliarem a areia, marcando-a profundamente em cores de pele e dos meus cabelos. África deixou-me aparvalhada, num estado de deslumbre com a coerência de tudo o que é pequeno, sentido, colorido e imaginado.
A colagem perfeita entre o meu lado emocional e aqueles lugares, inexplicável, são coisas de almas, relativizadas pelos tempos. Talvez.
Chegou aos meus sentidos a calma austral de quem aprecia a beleza de um lugar destruturado, mas cheio de vida, acumulada em sorrisos perfeitos e corpos que desafiam paradigmas impostos de sociedades de mulungos.
Olhares que revitalizam fechamentos, que obrigam a necessidade de se surpreender com tudo o que se pensava já visto, já conhecido.

mata-bicho - termo moçambicano para pequeno-almoço
mulungo - branco em Ronga

setembro 18, 2005