agosto 08, 2005

rir.da.minha.cara

Quero adormecer. Sobrevoar tanto azar, tanto imprevisto alterado. Adio o tempo em que volto a sentir uma pele que me comunica o mundo, numa nova perspectiva.
Por avesso, a vida. Mas ao não esquecer aquela alegria dos momentos bons, deliciosos, dos pôr-do-sol da alma, em que tudo é tão leve, acredito com persistência na mudança repentina de uma roda catalítica. Sem querer, volto a desejar toda a minha inocência, os meus primeiros beijos, os primeiros actos vitoriosos, tocando o tecto, colando as mãos suadas no estuque fresco. Os sorrisos que fazem cócegas, nas barrigas nuas e meninas.
As lembranças, são tão somente um lugar seguro. Esqueço os momentos em que me afastaram, em que me querendo se negam a esse querer, instantes de silêncio convulsivo. Quis tanto, tanto cada um, cada pedaço. Vejo o importante, o essencial, como se a luz nada toldasse, porque a sombra se zangou, e divorciou-se de vez deste quarto.

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