Quero entrar, não sei como.
Terei de engolir o meu desconforto nos momentos chave, aquelas hesitações que só quero que desapareçam porque não sei lidar com este nosso hiato. O nosso hiato. O espaço por tocar. Não te quero beijar à pressa, não quero apressar nada, mas apresso tudo, até o não acontecer da verdade que sinto. Sem receios de retribuição, de preocupação e de amares de volta. Ausência do meu ego, da minha insegurança, e do meu controlo. Como barreiro tudo, controlo a minha respiração, a tua, a que inspiramos líquida em conjunto.
A possibilidade deixa-me amorfa, não tenho jeito para ânsias somáticas, controlo-me melhor com platonismos. Era mais fácil se não fosse tão animal este querer tocar-te. Irrita-me todo o tempo que tenho para esta espera.
Apertam-me interpretações exageradas de construções comuns, não quero caixas para nada do sinto, mas diz-me, como é que começo, o primeiro capítulo, se sei que te vou querer tanto, diariamente... como é que vou fingir satisfacção e poupar a rebeldia de saber que uma catarata não se trava. Que gostaria de sentir-se ribeiro, mas sinto-te mar e falésia. Tudo junto. Tudo separado.
Parte-me o coração, e pronto. Mas parte porra.
Deixa-me tocar-te uma vez... e mais tarde procura-me sempre.
1 comentário:
É engraçado como somos parecidas, como as coisas que descreves que sentes eu compreendo e sei o k são. Deve ser do signo n? Revejo-me no que escreves...é giro. Beijokas********
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