junho 27, 2005

substitute.for.love

Acredito, que nas relações, o momento mais importante, verdadeiro, decisivo de consciências, seja o seu fim. Aprendeu-se muito. Desaprendeu-se a inocência (que regressa sempre com a esperança, explosiva e minha!). E tudo aquilo que ficou por dizer por alguém, em tantos instantes engasgados, revela-se normalmente em vozes confusas, discursos ambivalentes, e olhares calçados. Outros desejos nascem, de uma relação repleta de facilidades, de pouco empreendimento, e comparações com relações "abençoadas" por grandes perspectivas de preguiça económica, e de flexibilidades unidireccionais.
No fim, vontades de poucas chatices, de silêncios muito reforçadores de ilusões pessoais.
Aliena-me esta minha sinceridade explosiva. Autenticidade que vivi e que pesou no peito de quem se chora, agradeço o esforço.
Desconfianças que não se desculpam, mas das quais nos desculpamos porque sentimos, porque investimos, porque amámos. Mas não me traí num discurso arrogante, de uma falta de "tomates" para tomar uma decisão que se verificava inadiável, mas que se adiava "desculpalvelmente". Vitimização Masculina. Pouco sentimento. Intuição Feminina. Acertada, sentimento.
Comportamento gera comportamento.
Desivestimento gera desinvestimento.
Desistência.

junho 20, 2005

this.pain.will.blow

Acontece. Por vezes. Esta insatisfação mal resolvida, de um potencial adormecido. Embalado por uma preguiça nervosa, não desejada. Paradoxo este, que só eu pareço palpitar. Manter-me desperta, já não se garante por explorações estimulantes, ou desaparecimentos planeados. Renda incabada. Retalhos desconexos, num puzzle com o qual pouco me identifico, em que o todo coerente não se visualiza tão cedo.
Recuso o mapa, e o contentamento com actividades cool's, diversões adrenalíticas, com ilusões instantâneas de sensualidade exteriorizada e jovem.
Consciente do amadurecimento, num discurso mais rico de emoções estranhas, de uma frustração crescida não desesperada.
Esta espera torna-se um engasgo híbrido.
E não falo, comunicando o meu olhar azul.
Que nunca tive.

junho 07, 2005

pull.position

Sinto-me na pull position. Quero voar, para além do pavor vivido quando os meus pés se ausentam para a atmosfera. É nesta antecipação de tudo, que o meu coração estoira. Não sei porque os fins satisfeitos só me causam mais insatisfação!
Aguardo, numa espera reflexa e curiosa, a próxima aventura, planeada, ou mais precisamente ponderada no instântaneo autêntico. Rebuscada nos veios complexos, instintivos, e reverberantes que o meu cérebro elabora continuamente. Sou uma sonhadora de realidades físicas que se conquistam, e de ideias espirituosas voláteis mas seguras. Uma vontade de borboletear espaços, tempos e seres, é uma essência fluorescente que tanto me caracteriza. Esta minha (des)fixidez é por vezes tão injusta com os outros, mas é minha, assumo esta tendência quase arrogante de não querer estabilidade. Qual o gozo? Onde está a liberdade? Que incoerência apreciamos, quando desejamos uma liberdade que depende, que se prende.
Esta loucura só nossa, torna-se mais livre, porque o meu desejo, e o meu querer são (des)corporizados. Mas quando corpozizam nós espiritualizamos, qual ritual biblíco. Não é assim Guapito?