Quando a juventude nos aperta, engasgamo-nos com a energia dos dias, das emoções salteadas de pressa. Na verdade, não nos conseguimos dosear, muito à superfície, logo de seguida muito profundo. E os outros, temos noção que existem, mas estão baços.
Só nos vemos a nós, às nossas urgências caprichosas, e necessidades desarrumadas e inconscientes.
Lembro-me de ter sempre muita pressa.
Mas agora desacelera-se. Aprende-se o que só na infância era espontâneo, damos tempo à memória de viver os episódios que regista. Aprofundamos o momento, o facto de termos existido aqui, ali, com outro, sem outra mas com todos os outros.
Desconheço-me neste ritmo, nesta magia de me deixar adormecer de forma consciente, de apreciar a mudança sem desespero ou histeria. E de ser capaz de me entregar, porque me conheço, em devir, mas navegando de forma sorridente e deslizando a vida contigo.